Seria a zona de Vale de Ílhavo, durante os séculos XVII a XIX, caracterizada por muitas levadas e azenhas. De tal forma que não é de estranhar a arreigada, e afamada, tradição de produção de pão – padas e "pão doce" (folar), que aqui existe, e que se encontra em cada rua e em cada beco. Aliás, a Padeira de Vale de Ílhavo é uma figura emblemática do Município de Ílhavo, a que se associa a sua identidade cultural, e representada na estátua que as homenageia, na Rua do Cabeço do Nuno com a Rua da Felicidade.

Sobranceira ao rio Bôco, que é ainda considerado um braço da Ria de Aveiro, as suas tradições são marcadamente rurais. Inclui uma parte da Zona de Proteção Especial da Ria de Aveiro (Rede Natura 2000), pelo seu elevado valor enquanto ‘habitat’ de aves limícolas. 

Também associados a esta ruralidade estão as suas tradições mais emblemáticas: o Carnaval Tradicional, que inclui a figura icónica do "Cardador", a "Queima do Judas" e a festa do Divino Espírito Santo (também ela associada às primeiras colheitas, como que anunciando a abundância).

O que visitar em Vale de Ílhavo?

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Momentos especiais ao longo do ano...

O censo populacional de 1527 incluiu “o lugar de Azenhas do Vale de Ílhavo, pertença de Sebastião Rodrigues, com nove fogos ou uns 36 moradores”. Já em 1758, Vale de Ílhavo de Baixo era lugar com nove fogos e trinta almas. Vale de Ílhavo de Cima, lugar “muito ameno”, com Capela do Espírito Santo, instituída por Manuel Ribeiro Valente e administrada, nessa altura, pelo alferes Manuel Nunes Aleixo e sua mulher - D. Teresa Angélica Saraiva de Leão. Contavam-se 74 fogos e 234 pessoas (adaptado de “O Foral Manuelino de Ílhavo”, Câmara Municipal de Ílhavo, 2009).

Vale de Ílhavo tem, no entanto, outra capela devotada ao Divino Espírito Santo, inaugurada em 1976. Existe ainda nesta localidade uma terceira capela, particular - a de Santa Bárbara, no lugar das Moitas. No largo fronteiro às escolas isola-se cruzeiro de calcário, de tipo de grandes braços, já renovado na parte alta. Nas faces do pedestal espalham-se os algarismos que formam o milésimo, 1733 (Nogueira Gonçalves, Inventário Artístico de Portugal, Aveiro, 1959). 

Sugestões de roteiros em Vale de Ílhavo:

Produtores do Pão e dos Folares ("pão doce"):

Em Vale de Ílhavo também existe...