Edifício JARBA e Oficinas
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Conjunto de Interesse Municipal (desde 1 de julho de 2021)
EDIFÍCIO DA JARBA
(Junta Autónoma da Ria e Barra de Aveiro), denominado armazém.
É um edifício de 1938, construído para armazém de material e equipamentos de apoio à atividade do Porto e, por isso, apresenta-se exteriormente como um volume arquitetónico monolítico. Implanta-se num quarteirão consolidado, ressaltando as duas fachadas opostas iguais, voltadas para os espaços de uso público. A fachada cega na estrema poente, voltada para um terreno (hoje livre de construções) regista exercícios estilísticos simples de continuidade das fachadas principais, marcando bem o sistema estrutural preconizado.
O edifício da JARBA é exercício estilístico de uma época. Caracteriza-se pelas suas fachadas desenhadas ao estilo Art Déco, concomitantemente definido como movimento moderno na arquitetura em Portugal. Essas fachadas principais têm um desenho de simetria, cuja composição é plasticamente interessante, caracterizando-se pelo uso de formas geométricas básicas, ornamentos e design abstrato, contudo cenográfico. Os materiais usados para o efeito são o betão (rebocado) saliente dos paramentos, que marcam a horizontalidade e elemento em tijolo à vista que vincam a verticalidade, resultando num jogo compositivo, que esvanece a volumetria do edifício. O portal, encimado por um vitral, marca a fachada, denotando bem o uso associado. Nas fachadas a sigla JARBA e a data 1938 pontuam a imagem que se tem do edifício. Os contrastes cromáticos são também características marcantes do edifício. O amarelo ocre prevalece nos paramentos, o branco no embasamento, nos elementos horizontais e orlas dos vãos das janelas, e como se disse o tijolo à vista nos elementos verticais, com destaque para os cunhais. Na década de 90 do século XX este edifício terá sido objeto de uma intervenção de fundo no seu interior, preservando o invólucro exterior na forma e linguagem de génese. O armazém foi transformado, dividido em espaços reservados essencialmente a arquivo histórico-documental da APA.
OFICINAS
São dois edifícios geminados, hoje ligados entre si. Importa distingui-los, pois foram construídos em épocas diferentes e, por isso, detêm importância história e simbólica diversa. O volume arquitetónico mais a poente, com maior visibilidade e proximidade do Forte da Barra é a construção mais antiga pertencente ao
conjunto classificado. Foi construído em data anterior a 1889, confirmado pelo registo cartográfico disponível. Trata-se de uma construção vernacular de um só
piso, com alvenarias de adobe da região e pedra e estrutura do telhado e em madeira, coberta com telha. Muito provavelmente terá sofrido alterações sistemáticas ao longo dos anos, observável nomeadamente pelo tapamento e adição de vãos, hoje observáveis. Não sabemos qual o seu uso de génese. Pode verificar-se no sítio esta construção tem na composição da alvenaria estrutural blocos de pedra, maioritariamente arenito vermelho, conhecido por pedra ou grés de Eirol. Isto permite-nos pensar tratar-se de construção com relativa importância, pois a pedra não abundava por estas paragens. Não seria, portanto, uma construção de caracter precário, essas eram construídas essencialmente com materiais mais perecíveis, essencialmente em madeira.
Forte da Barra
3830-565 Gafanha da Nazaré
GPS: 40°38'41.4"N 8°43'57.3"W
Google Maps: 40.644836, -8.732592
Visíveis apenas do exterior.