Rota do Bacalhau - visita auto-orientada
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É Ílhavo, no Centro de Portugal, em pleno coração da Ria de Aveiro, a Capital Portuguesa do Bacalhau. É na sua cidade portuária da Gafanha da Nazaré, em pleno Porto Bacalhoeiro, que ainda hoje chega a quase totalidade do Bacalhau pescado pelos portugueses.
Foi durante os séculos XV e XVI que Ílhavo participou numa atividade nascente – a pesca do bacalhau, que, por essa altura, entrou na dieta europeia. Este peixe abundava nos mares do norte, da Gronelândia à Terranova, no Canadá, e foi a estes mares gélidos e imprevisíveis que os ilhavenses, aproveitando a sua natural propensão para as atividades marítimas e piscatórias e ainda da produção de sal local, rumaram, em navios à vela, para obter o precioso bacalhau, pescando-o à linha, em pequenas embarcações de um homem só, designadas por dóris.
Em meados do século XIX verifica-se, por parte da frota bacalhoeira portuguesa, um incremento das atividades da pesca do bacalhau na Terranova. Os ilhavenses vêm nesta oportunidade uma forma de sustento para as suas famílias, aproveitando das suas competências nas artes de marinharia e navegação. Vários investigadores sustentam que em finais do século XIX que a grande parte dos capitães portugueses do bacalhau era procedente de Ílhavo.
Esta história encontra-se magistralmente contada no “Museu dos Ílhavos”, inaugurado em 1937, e atualmente Museu Marítimo de Ílhavo. Nos nossos dias, inclui também um Aquário de Bacalhaus em que o mais pequenos se podem deliciar ao perceber que o Bacalhau não é a “raia sem cabeça” que se compra nos supermercados. O próprio Museu é, em si, uma requintada peça de arte arquitetónica, internacionalmente premiada por diversas vezes, de autoria da ARX Arquitetos.
Integra também o Museu o Navio-Museu Santo André, ancorado no Jardim Oudinot, construído em 1948, que, com os seus mais de 71 metros de comprimento, integrou a frota bacalhoeira portuguesa. Destinado a desmantelamento em finais do século passado, o navio foi salvo do abate e ilustra, no presente, como foram as pescarias do arrasto do bacalhau, honrando a memória de todos os seus tripulantes durante meio século de atividade. (Não visitável no período de 17 de fevereiro a finais de junho de 2020 por motivos de obras de requalificação e beneficiação.)
Mas a rota bacalhoeira local integra ainda o Farol da Barra, o mais alto farol em Portugal e um dos maiores do Mundo. Propriedade da Autoridade Marítima Nacional, o farol, este equipamento militar em funcionamento é ainda um vigilante atento de todos os navios em trânsito atlântico que escolhem entrar na Barra da Ria de Aveiro. Todas as quartas-feiras à tarde é possível (sem reserva prévia, por ordem de chegada) subir ao seu topo e apreciar, além do próprio interior do farol, concluído em 1893 e esplendidamente conservado, o entrosamento dos canais da Ria de Aveiro por entre as praias da Barra e da Costa Nova, das “Gafanhas”, incluindo a cidade portuária da Gafanha da Nazaré e a Mata Nacional e ainda da cidade de Ílhavo. Noutras altura a visita é também possível, para grupos, mediante solicitação prévia (ver informações aqui).
Depois, falta degustar o Bacalhau, ao estilo mais local, isto é, e os seus derivados, em qualquer das “tasquinhas” locais ou nos melhores restaurantes do Município… Todos os anos celebra-se o Festival do Bacalhau, cinco dias de festa no maior e mais emblemático festival do bacalhau em Portugal.
Porto Bacalhoeiro (Avenida Marginal, Gafanha da Nazaré)
GPS: 40°38'22.2"N 8°41'37.3"W
Google Maps: 40.639512, -8.693704