Farol da Barra
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(fotografia Campanha Ria de Aveiro - CIRA/Polis Ria de Aveiro)
Um pouco de história...
Data de 1758 o Alvará Pombalino que determina o início de farolização da costa portuguesa, estipulando a construção dos primeiros verdadeiros faróis nacionais.
Em 1808 dá-se a fixação (por ação humana) da barra da Ria de Aveiro, entre os Municípios de Ílhavo (Praia da Barra, na Gafanha da Nazaré, a sul) e de Aveiro (Praia de São Jacinto, a norte) mas só quase 50 anos depois, em 1856 (8 de janeiro) se determina que o Diretor de Obras Públicas do distrito de Aveiro, de acordo com o Capitão do Porto e com Diretor Maquinista de Faróis, escolhessem, perto da barra, local apropriado para um farol, cujo projeto e orçamento deveriam ser elaborados pelo Diretor de Obras Públicas do distrito de Aveiro, o eng. Silvério Pereira da Silva. Pouco depois, em julho de 1858, é rejeitada a ideia de se aproveitar a torre de sinais do Forte da Barra para a construção do farol, pensando-se como adequado um ponto situado a cerca de 200 metros do Forte da Barra, quase no fim do paredão da Praia da Barra.
Mas só em 1866 o inspetor de faróis Francisco Maria Pereira da Silva defendeu, no seu plano de farolagem em elaboração para a costa nacional, a criação do farol: "na barra de Aveiro é de urgente necessidade um pharol de grande alcance e da maior intensidade de luz, não só para esclarecer a extensa e baixa praia, que divide ao meio, com 60 milhas de litoral, em que as primeiras elevações se apresentam a uma grande distância do mar (seis a oito léguas), iludindo assim o navegador, que julga pelo aspecto d’esta porção de costa, achar-se ainda mais afastado de terra; mas também para poder atravessar uma atmosphera que se conserva sobre esta grande planície cheia de densos vapores, emanados tanto das areias humedecidas, como das marinhas de sal e das aguas que ali abundam na distancia de muitas milhas; convém que seja esta barra de Aveiro a posição escolhida para um pharol de 1ª ordem e que seja sustentado por um elevado e bem disticto edifício, para prevenir de dia os navegadores da sua aproximação. Este pharol ali collocado também dispensa outro, que era necessario stabelecer para indicar a entrada da barra d’aquelle porto”. Quatro anos depois, a 14 de outubro de 1870, por portaria, é finalmente aprovado o plano de alumiamento geral da costa portuguesa elaborado pelo conselheiro Francisco Maria Pereira da Silva.
É de 1879 a data do projeto inicial do farol, de autoria do eng.º Paulo Benjamim Cabral, que previa uma torre de secção octogonal de 55 metros de altura, bem como o início da sua construção. A obra, foi inicialmente dirigida pelo eng.º Silvério Pereira da Silva e, mais tarde, pelo eng.º José Maria de Mello e Matos, entrando em funcionamento em 1893.
Características do
- Aparelho lenticular de Fresnel de 1ª ordem (920mm de distância focal), produzindo grupos de 4 relâmpagos;
- Fonte luminosa - incandescência pelo vapor de petróleo;
- Fonte luminosa de reserva – candeeiro de nível constante;
- Rotação da ótica através de máquina de relojoaria;
- Torre de 62 metros de altura;
- A 66 metros de altitude;
Também em 1893 entrou em funcionamento um sinal sonoro, constituído por uma trompa Holmes, e funcionando a ar comprimido e instalada no molhe. Em 1988 o sinal sonoro instalado no molhe sul é transferido para um alojamento construído em frente ao farol e 1908 a máquina do sinal sonoro é substituída por duas máquinas a vapor verticais, ficando assim uma máquina de reserva.
O aparecimento de uma fenda vertical na porção superior da torre, em 1929, leva ao seu reforço por meio de 14 anéis de cimento armado isolando-se, na mesma altura, a torre do restante edifício à custa de tijolos (visto recear-se que fossem as oscilações a causa da rutura verificada).
Em 1932 é construído um esporão de defesa das infraestruturas do farol mas, ainda assim, em 1935 o alojamento do sinal sonoro foi derrubado pelo mar, sendo o mesmo instalado em cima do edifício do farol.
Data de 1936 a eletrificação do farol, através da instalação da montagem de grupos eletrogéneos. Em 1947 o aparelho ótico foi substituído por outro idêntico mas de 3ª ordem, pequeno modelo (375mm de distância focal), dotado de painéis aeromarítimos com uma característica luminosa de grupos de quatro relâmpagos brancos que se repete passados 13 segundos e sendo o alcance luminoso correspondente de 23 milhas. A fonte luminosa passou a ser uma lâmpada de filamento trifásico, ficando como reserva a incandescência pelo vapor de petróleo.
Apenas em 1950 o farol é ligado à rede pública de distribuição de energia, tendo-lhe também sido instalada uma lâmpada de 3.000W.
Em 1958 é montado um elevador para acesso à torre e apenas em 1990 é titalmente automatizado.
Características técnicas:
- Localização: ENTRADA DA BARRA DA RIA DE AVEIRO
- Função: COSTEIRO
- Entrada em funcionamento:15/10/1893
- Latitude: 40º 38'64 N
- Longitude: 08º 44'79 W: 62 m
- Altitude: 66 m
- Alcance: 23 MI (42,5 Km)
- Característica: Fl (4) W 13s (Lt 0,3s;Ec 2s;Lt 0,3s;Ec 2s;Lt 0,3s;Ec 2s Lt 0,3s Ec 5,8s)
Largo do Farol, Praia da Barra
3830-753 Gafanha da Nazaré
GPS: 40°38'34.1"N 8°44'52.1"W
Google Maps: 40.642816, -8.747806
As visitas realizam-se às quartas-feiras à tarde (exceto feriados) nos seguintes horários: 14h00, 14h45, 15h30, 16h15 e 17h00 (horário de verão) e 13h30, 14h15, 15h00, 15h45 e 16h30 (horário de inverno).
As subidas efetuam-se em grupos até 10 pessoas. As marcações de visita realizam-se no local, e por ordem de chegada, a partir das 14h00. Não há possibilidade de agendamento prévio para as quartas-feiras seguintes.
Consulte no website da Autoridade Marítima Nacional, aqui, todas as indicações acerca de reservas para grupos, ou outras.
Acesso interdito ao varandim da torre do farol.