No Forte da Barra (Gafanha da Nazaré), iniciou-se a construção, em 1863 (3 de dezembro), da capela da Nossa Senhora dos Navegantes, sob a direção do exímio engenheiro Silvério Pereira da Silva. Na época, a sua construção terá custado "400$000 reis" e foi suportada pelos pilotos da barra da Ria de Aveiro. São suas características as paredes ameadas e a ombreira principal, em pedra ançã lavrada em espiral, e com arco ogival.

Refere o padre João Vieira Resende, pároco da Gafanha da Encarnação, na sua Monografia da Gafanha, publicada pela primeira vez em 1944: "Celebra-se a sua festa na última segunda-feira de Setembro, com enorme concorrência de forasteiros das Gafanhas, de Ílhavo, Aveiro e Bairrada. Nesse dia Aveiro é um deserto por se terem deslocado para ali muitos dos seus habitantes. A procissão ao sair do templo segue por sôbre o molhe da Barra e regressa pela estrada do sul que vem do Farol. A festa é promovida pela Junta Autónoma da Barra."

Este testemunho é especialmente relevante porque a festa de Nossa Senhora dos Navegantes é bastante alterada por alturas da década de 70 do século XX, passando a incluir uma procissão náutica, e ainda porque o trajeto da procissão acima descrita pelo pároco da Gafanha da Encarnação em 1944, se refere a um trajeto que fazia uso de uma ponte que já não existe, e que atravessava do Forte da Barra para a Barra, constituindo-se, na altura, como o "caminho de Aveiro" - a ponte das "Portas de Água".